sábado, 8 de outubro de 2011

A EaD em fase de revisão.

Olá amigos da educação, a EaD esta passando por revisão, governamental, foi decretado pela Presidente Dilma a extinção do SEED.
A secretária de Educação a Distância - SEED - foi oficialmente criada pelo Decreto n° 1.917, de 27 de maio de 1996. entre as suas primeiras ações, nesse mesmo ano, estão a estreia do canal Tv Escola e a apresentação do documento-base do "programa informática na educação"(...).
O ministério da educação, por meio da SEED, atua como um agente de inovação tecnológica nos processos de ensino e aprendizagem, fomentando a incorporação das tecnologias de informação e comunicação (TICs) e das técnicas de educação a distância aos métodos didático-pedagógicos. Além disso, promove a pesquisa e o desenvolvimento voltados para a introdução de novos conceitos e práticas nas escolas públicas brasileiras. www.mec.gov.br
Será que a melhor forma de organizar esta modalidade de ensino passa pela extinção da secretária?

sábado, 1 de outubro de 2011

A ensinagem EAD

A ensinagem EAD
Ponto de Partida
As idéias aqui desenvolvidas tomam como ponto de partida o rico texto “A escola e a compreensão da realidade” da professora Maria Teresa Nidelcoff, e as contribuições advindas de leituras sobre Teoria Geral da Administração, bem como os diversos assuntos e formas e abordagem encontrados nos blogs visitados.

1 – A história da Educação no Brasil.
Como é de conhecimento, já algum tempo, de todos que a organização e foco do ensino no Brasil se dão sempre de acordo com o momento histórico-sócio-político que estamos vivendo.
Ao se estudar a história da educação e da pedagogia, verifica-se que isso aconteceu no mundo inteiro, entretanto em poucos lugares a organização foi radicalmente e inúmeras vezes alterada como no Brasil. Ao observar a história da educação no Brasil é possível depreender que, com demasiada frequência a concepção de sociedade e das relações humanas, por vezes equivocada, que é posta em vigência.
            É de se refletir - seria possível se criar uma conduta constante e correta para o exercício docente dentro de uma organização que, drástica e por várias vezes, é alterada?
Do material sugerido para leitura no primeiro módulo e também das opiniões que encontradas em blogs e em conversas com educadores e estudantes,  percebe-se que, as pessoas se referem a EAD como sendo uma forma menos eficaz ou empobrecida de estudo-aprendizagem.
Conclui-se, daí, que julgar a educação a distância como uma forma inferior ou ineficiente de se fazer educação, indica uma resistência ao novo por pessoas com idéias estagnadas no modelo tradicionalista de educação. Em tempos de utilização maciça de termos como “Aldeia global” e “Educação permanente ou continuada”, compreender a relevância da EAD, parece inexorável.
É evidente que nem tudo pode ser entendido como excelente na EAD, mas o ensino formal e presencial também não é de excelência máxima e não é por falta de tal titulo que ele deve ser depreciado.
Partindo desta perspectiva, nas pesquisas efetuadas nos blogs e da leitura de mensagens, fóruns abertos e artigos postados, fica evidenciado que a educação a distancia precisa de profissionais que acreditem e se empenhem na causa que é a busca por uma difusão e construção do conhecimento de forma relevante e útil.
Há que se concordar com as teorias de que na escola, espaço construído para a captação, disseminação, reprodução e criação de conhecimentos o estudante tem ainda a condição de humanizar no contato com o professor e demais estudantes. Entretanto alguns questionamentos são necessários:
1-     O fato de o aluno interagir com os outros estudantes, tirou alguma vez a importância da presença do professor dentro do processo de ensino-aprendizagem?
2-     O que tornam menor ou menos valioso o cyber espaço construído para o mesmo fim?
3-     Não seria também uma forma de humanização construir caminhos de acesso ao estudo para quem mora em áreas de difícil acesso ou tem um ritmo singular de vida?
2- Influências
Partindo da premissa de que nada pode se desenvolver a partir do nada, encontra-se na obra de Paulo Freire o ensinamento de que “ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo” aqui serão expostas idéias e teorias com as quais dialogou-se durante a composição deste trabalho.
2.1- Pensando pedagogicamente
Na leitura de um dos ensinamentos da Professora Maria Teresa Nidelcoff entende-se as palavras abaixo como condição sine qua non, para o bom desenvolvimento do processo educacional, os seguintes entendimentos.
1-       Nós, professores, somos pessoas, temos que nos resgatar como tal, alimentar o nosso fogo, (...) explorar nossas possibilidades, ser plenamente seres vivos. Somente um ser vivo pode ser um professor desperto. (...);
2-       Valorizar a comunicação e seus componentes afetivos, centrar nela nosso trabalho: eu e eles, eles e eu. Aprender a ver e escutar os estudantes.
3-       Ser plenamente consciente de que vivemos numa sociedade com profundos conflitos de classes, com situações cotidianas de injustiça social, de impotência frente aos privilégios de alguns. (...);
4-       Partir do que é imediato ao aluno, de sua experiência conhecida. Cumpriremos o velho principio didático de “ir do conhecido ao desconhecido”, mas, além disso, descobriremos e os faremos descobrir que nossa realidade cotidiana é muito rica e que nos sugere muitas dúvidas. (...)
5-       Ter sempre em mente que a escola não pode se limitar ao descobrimento do que está fora de si – o país, o meio, a classe, etc. -, mas que também deve assumir o descobrimento de si mesmo, (...);
6-        Aprender com eles a ser livres, a amar a liberdade e a descobrir o que a anula. Porém aqui também viveremos com eles a contradição entre as liberdades individuais e a disciplina que a vida em grupo e a aprendizagem mais ou menos ordenada de uma ciência supõem lembrando que a ordem é o meio e não o fim em si mesmo. (NIDELCOFF apud GADOTI,2006)
Percebem-se, muitas das condições enumeradas pela professora são sim atendidas pela EAD, serve como indicador de que o caminho é possível e válido, o que leva ao questionamento:
Enxergar e trabalhar com os benefícios do EAD, não será uma questão de perspectiva e valores utilizados no desenvolvimento e avaliação?



2.2 Pensando administrativamente
A pergunta é oriunda das reflexões sobre a leitura do material produzido inicialmente para aplicação no mundo da administração, trata-se dos escritos de Douglas McGregor e William Ouchi sobre as teorias X, Y e Z.
Será tentado de forma reduzida e simplificada entende-las através do resumo encontrado no esquema a seguir (1):
 Tabela1: Modos de entender e interagir com o outro
Teoria X
Concepção tradicional, mecanicista e pragmática de direção e controle.
Teoria Y
Concepção moderna, integração entre objetivos individuais e organizacionais.
O ser humano tem aversão natural ao trabalho.
O ser humano vê o esforço físico e mental no trabalho de forma tão natural como querer descansar.
A maioria das pessoas precisa ser controlada, dirigida, coagida e punida, para que finalmente trabalhe.
A maioria das pessoas procura naturalmente se auto-corrigir, para atingir seus objetivos que se propuseram a alcançar.
O homem é um ser carente, que se esforça para satisfazer uma hierarquia de necessidades.
O compromisso com um objetivo depende das recompensas que se pretende receber com sua consecução.
O ser humano não consegue assumir responsabilidades.
O ser humano não só aprende a aceitar as responsabilidades, como passa a procurá-las.
A participação dos funcionários é um instrumento de manipulação dos mesmos.
A participação dos funcionários é uma forma de valorizar suas potencialidades intelectuais, como: imaginação, criatividade e engenhosidade.
O líder adota um estilo autocrático.
O líder adota um estilo participativo.

Fonte: Adaptado de Mota, 2011
De acordo com Orchi (1980) desenvolveu esta modelagem a partir do que ele encontrou no estilo japonês de administração que se baseia na idéia de que:
           O homem quer participar, o maior patrimônio é próprio homem;
O homem é criativo;
O homem quer ser original;
O homem quer liberdade;
O homem quer ter iniciativa;
O homem é responsável;
O homem quer estabilidade;
O homem busca uma qualidade de vida melhor sempre;
O homem está sempre insatisfeito;
O homem não é individualista;
A coerência e a estabilidade do grupo é a segurança do indivíduo.
Para compreender a ligação, aqui  sugerida dessas teorias com o ensino EAD, percebe-se que é necessário olhar para o momento histórico- sócio-político atual. O Brasil vive um momento de possibilidades efetivas de crescimento e desenvolvimento dentro do bloco econômico mundial chamado de países emergentes. Entretanto percebe-se que tal desenvolvimento só é efetivo e sustentável se houver um preparo e isto inclui dar a população maior e melhor acesso ao conhecimento, maior por que ainda é muito pequeno o nível de escolaridade e melhor por que nas pessoas que possuem formação percebe-se que ainda há muito a ser aperfeiçoado, e isto se faz com educação continuada.
Ao mesmo tempo dentro desse quadro social, não é  possível falar em substituir apenas os trabalhadores em atividade pelos que estão com maior nível de formação, impossível por que não seria correto nem do ponto de vista humanitário, nem econômico e nem funcional. A melhoria e o crescimento de faz e é viável quando vem da inclusão e da interação entre as pessoas. Então surge a EAD como caminho possível para formar e/ou melhorar o nível de conhecimento dos cidadãos. A EAD sempre chamou atenção pela sua característica de ser mais flexível e assim dar maior condição ao aluno de acesso e permanência dentro do processo educacional.
Por outro lado como pode a EAD encontrar tamanha resistência à sua adoção, encontramos resposta para isso na construção da história da educação no Brasil que sempre esteve fortemente ligada as idéias de controlar, vigiar e punir. Esses valores são tão forte dentro da forma brasileira de se entender o que é fazer educação, que ao se deparar com um modelo livre de tais valores as pessoas ou o rejeitam ou tentam colocar, aqui, em vigor os esses mesmo valores que outras modalidades de ensino ainda tentam manter. O problema é que nem a EAD e nem a comunidade discente contemporânea tem perfil ou vocação para perpetuar este modelo jesuístico, baseado na ratio studiorum,  de fazer educação. 
Precisa-se e deve-se cobrar do aluno comprometimento, disciplina, foco, entre outros atributos necessários, mas percebe-se a necessidade de uma maior atenção ao como fazer. É nesse momento que se sugere a Teoria Z, de Orchi (1980), como premissas básicas para que seja possível ao mesmo tempo que se coloca o caminho a seguir e o conteúdo a ser estudado, respeitar as condições e necessidades do aluno que oscila de caso para caso, um por ter menor tempo, diário, para o estudo, outro por ter condições mas em horários que oscilam, outro por precisar de uma maior assistência, compreensão das possibilidades que inicialmente são reduzidas.
Supõe-se que o nível de compreensão que o gestor tem do aluno esteja sensivelmente ligado ao quanto o aluno se sentirá acolhido ou não dentro do processo EAD e a partir desse acolhimento será maior e melhor o desenvolvimento desse aluno.        

3- Conclusão
 A ordem em que se desenvolveu histórica, política e culturalmente a educação no Brasil, é em parte responsável pelo entendimento e conseqüentemente pelo modelo de educação que temos vigente, ele nasceu e se reformulou dentro de momentos inicialmente como a busca por cercear o desenvolvimento desta colônia portuguesa e recentemente com o controle e quase fim da liberdade de opinião imposto pela ditadura militar, entretanto parece vital que seja rompido com o modelo de vigília, punição e pesar que o sistema manteve e mantém, em muitos aspectos, sobre a forma de fazer educação no país.
Pessoas engajadas e com visão nos seus propósitos são sem duvidas aquelas que percebem estar sendo tratada em uma sintonia de cumplicidade, respeito e parceria, assim como sugere as contribuições da Teoria Z.
Suponho-se que estará cercado de maior preparo e condições de adaptação, a este meio tão independente de se fazer educação, quem tiver conhecimento e clareza de como são classificados e organizados os elementos constituintes da vida. Evidentemente não é costume de muitos cursos, instituições e gestores, lidar com a questão de forma tão humana, mas por entender como um caminho possível para a realização e aproveito da EAD, pressupõe-se necessária a adoção deste modelo de operação ou outros que de forma humana, acolhedora e otimista, como esse, possa gerar um maior e melhor resultado na educação EAD, isso traria também uma melhor aceitação dessa modalidade que tem total sintonia com o atual quadro mundial da era da informação.
É cabível a linha de raciocínio de que “ninguém motiva ninguém são os indivíduos que estão motivados ou não a fazer algo”, entretanto como a ação humana é em grande parte fruto de sua interação com o meio é visto, como indispensável que o discente, seja colocado em contato com o uma forma mais autocrítica e auto controlada de se fazer estudos. Na medida em que o estudante se sentir parte do processo e não um beneficiado do processo, apenas, ele estará mais bem preparado para seguir com o modelo de educação EAD que exige do individuo tanto interesse pelo estudo quanto postura ativa diante da busca de conhecimento. 

 Referências:
GADOTI, Moacir. História das Idéias Pedagógicas, 8ª  edição. São Paulo. 2006 editora Ática.
PLT- Programa do Livro Texto – Anhanguera Educacional.

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Mirza Seabra.    Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. edição. São Paulo. Editora Cortez
PLT – Programa do Livro Texto – Anhanguera Educacional

MOTA, Fernando C. P., Teoria Geral da  Administração uma introdução, 22ª edição,  Pioneira.
  Geraldo Gomes da Silva, Fábio Gomes  da Silva, Campinas, SP: Editora Alínea.
Acessado em 27/09/2011 as 23h.

Blogs:
Acessado em 16/09/2011 as 00h41minh
Acessado em 15/09/2011 as 23h30minh
Acesso em 17/09/11 as 16h45minh